1- SOPPRESSIONE
Doc. 1
José Caeiro, S. J.[1], História da Expulsão da Companhia de Jesus das Províncias Ultramarinas da Assistência de Portugal (Séc. XVIII), Vol. IV, traduzione dal latino secondo il manoscritto del Archivio della Provincia Portoghese della Compagnia di Gesù, p. 21.
Summary: The Jesuits in Brazil were questioned whether they charged the natives for the religious services rendered by them; whether they enslaved or exploited them, etc. No local accused the Jesuits of such wrongdoings. Nevertheless, the property and goods of the Jesuits were confiscated on pretext that all of that had been acquired by illegal means and at the cost of the natives.
Então, o ministro régio dava começo aos interrogatórios. Os pontos principais sobre que incidiam eram os seguintes: se os jesuítas cobravam alguma coisa dos índios pelos ministérios sagrados; se os sujeitavam à escravidão; se lhes usurpavam os bens; se lhes proibiam o trato com os portugueses; se sim ou não os jesuítas lhes tomavam o que recebiam em paga dos seus trabalhos; se lhes davam sentenças nas suas pendências ou puniam os crimes; se todos os dias, afora os santificados, trabalhavam para os jesuítas.
Foram interrogados, além dos vereadores, pouco antes escolhidos, muitos outros índios; e não houve um só em tantas aldeias que acusasse os jesuítas de tais crimes. Pelo contrário, não poucos, desabafando em louvores, não menos enalteciam os benefícios deles recebidos do que a inocência das suas vidas e as recordações saudosas.
Consta mesmo que, quando a documentação destes processos chegava às mãos do Conselho Régio, o Vice-Rei e os triúnviros ficavam admirados da reconhecida inocência dos jesuítas, pois, sendo tantos os índios chamados a depor contra eles, incluindo alguns que tinham sido severamente castigados pelos seus delitos, contudo, nenhum deles proferiu uma só palavra em desabono dos padres.
Não virá fora de propósito, como outras vezes fizemos, voltar a atenção e analisarmos atentamente as intenções de Carvalho. Os pontos do questionário, acima apontados, no seu libelo Relação Abreviada, que assacava aos jesuítas do Paraguai e do Maranhão, e por aqueles tempos continuamente repetia, em estilo declamatório, aos seus convivas, que os jesuítas do Brasil não eram inocentes, que tinham construído uma espécie de República, que se assenhoravam do comércio, do trabalho, dos bens e da liberdade dos índios e isto comunicou-o por carta ao Arcebispo da Baía; mas mandou-lhe que sequestrasse juridicamente os bens móveis que os jesuítas possuíam nas aldeias, pois haviam sido adquiridos daquela forma. E aos triúnviros igualmente ordenara que arrolassem todos os bens que os jesuítas possuíam nas aldeias, pois haviam sido adquiridos com o trabalho e suores dos índios.
[1] Gesuita portoghese, nacque nel 1712 a Reguengos de Monsaraz, ed è entrato nella Compagnia di Gesù nel 1726. Morì nel 1791, esiliato a Frascati, negli Stati Pontifici. Nella sua opera storica, racconta l’espulsione dei gesuiti dai territori portoghesi, basandosi sulle testimonianze dei suoi compagni di esilio.
Doc. 2
José Caeiro, S. J, História da Expulsão da Companhia de Jesus das Províncias Ultramarinas da Assistência de Portugal (Séc. XVIII), Vol. IV, traduzione dal latino secondo il manoscritto del Archivio della Provincia Portoghese della Compagnia di Gesù , pp. 25-27.
Summary: The king of Portugal ordered all the foreign Jesuits working in Brazil to be deported to Portugal. Later, the Portuguese Jesuits were deported to Italy. Accusation against the Jesuits became the reasons for their deportation.
Enquanto sucediam estes novos acontecimentos nas aldeias, os triúnviros não estavam ociosos na cidade. Primeiramente, avisaram por carta o Provincial de que o Rei ordenara que fossem deportados para Portugal todos os jesuítas oriundos de países estrangeiros. Iniciava assim Carvalho a expulsão dos jesuítas. Esses estrangeiros eram: o Padre Tomás Lynch, inglês, que governara a Província; Francisco Atkins, estudante de Filosofia, também de família inglesa, mas nascido na Ásia, e o Irmão Honorato Martin, francês. Todos os três residiam na Baía. O Provincial avisou-os imediatamente desta ordem régia, e aos restantes, que moravam longe, escreveu cartas para lhes mandar que embarcassem para Lisboa no primeiro navio. Lynch e Martin aconselhados pelo Desembargador Mascarenhas, em razão da sua idade e doenças, escusaram-se perante os triúnviros. Estes decidiram que não era intenção do Rei que, chegados à idade senil, fossem obrigados àquela navegação. E assim conseguiram adiar a viagem. Quanto a Atkins, discutiu-se muito e por longo tempo; Mascarenhas pretendia que ele fosse reconhecido como cidadão da Baía, pois ali fora recebido na Igreja Católica Romana e, portanto, segundo as leis pontifícias e pátrias, como tal devia ser considerado. Mascarenhas, com estes sentimentos de humanidade, apenas conseguiu ser considerado pelos outros dois desembargadores como se falasse em favor dos jesuítas, e, como tal, delatado a Carvalho, pelo que incorreu em gravíssimas desgraças, como veremos adiante.
O jovem Atkins, deportado para Lisboa, esteve muitos meses no Colégio de Santo Antão, sendo depois transferido para os cárceres de Azeitão. Resistindo ali até ao ano de 1761 com heróica constância às solicitações de Novais para que abandonasse a Companhia, persistiu sempre constante na sua vocação até à expulsão dos seus companheiros. Se, porém, nela perseverou, ou se, vencido pelos sofrimentos de um cárcere prolongado, a abandonou, não o posso presentemente afirmar.
A 15 de Abril de 1759, o Arcebispo da Baía, recebeu, por carta, ordem do Rei para que embarcassem para Portugal três jesuítas: os padres João Honorato, que tinha governado a Província, Luís Álvares e Manuel Gonzaga. As causas do desterro eram, como todas as outras, insinuações destituídas de todo o fundamento.
Honorato fora enviado como procurador a Roma, e pedira insistentemente ao Papa Bento XIV, e este de boa vontade lhe concedera, a faculdade de que os jesuítas pudessem crismar os índios, que moravam longe das cidades; e assim, com este sacramento, os confirmassem nas lutas contra o inimigo do género humano. Ao regressar a Lisboa, apresentou o documento da concessão a Diogo Mendonça que era o Secretário da Marinha e Ultramar, para saber se seria do agrado do Rei. Poucos dias depois, foi-lhe restituído o documento, assinado pelo próprio Mendonça, em que se declarava que era do agrado do Rei que os jesuítas usassem daquela faculdade. E uma cópia autenticada ficou arquivada na Secretaria da Marinha em Lisboa, e também na Baía. Nada, pois, omitiu Honorato do que da sua parte lhe competia fazer; contudo, não pôde escapar ao exílio, porque foi dado como réu de ter sonegado aquelas faculdades pontifícias, quando, por meio de vários documentos, constava precisamente o contrário.
As causas do desterro de Álvares, não as pude averiguar com exactidão; tenho, no entanto, por certo que foram arquitectadas por aquele perverso sacerdote Vaz, a quem acima nos referimos, e enviadas a Carvalho para Lisboa. E assim, sem nenhuma investigação, foi-lhe decretado o exílio.
Com respeito a Gonzaga, o caso foi realmente surpreendente, e não sei se terá havido outra maquinação de Carvalho mais despudorada e estulta.
O Ministro, no seu libelo Relação Abreviada, fez, com a costumada probidade, graves acusações aos jesuítas do Maranhão; e assacou ao Padre Manuel Gonzaga crimes horrendos, pelo que, por ordem régia, foi decretada a sua expulsão do Maranhão e o desterro para Lisboa. O Governador Francisco Xavier Mendonça Furtado, irmão de Carvalho, comunicou a este que não havia ali nenhum jesuíta com semelhante nome, e portanto nenhum podia ser castigado com o exílio. Mal parada ficaria pois a «República Maranhónica», parecida com o Império de Nicolau I, como um ovo com outro ovo, se não aparecesse algum Manuel Gonzaga, vindo de qualquer parte, para a salvar da ruína! Mas no catálogo da Província do Brasil, que Saldanha logo no início exigira, encontrava-se, de facto, o nome de Manuel Gonzaga. Carvalho, calcando todos os sentimentos de religião, mandou este homem, totalmente inocente, ser deportado primeiramente para a Baía e depois para Lisboa, para aí ser encerrado numa masmorra, apesar de ele ter declarado que nunca vira sequer terras do Maranhão. E assim, por um requinte de crueldade e malvadez, veio a reabilitar-se a credibilidade do libelo de Carvalho, Relação Abreviada.
A estes três que, no mês de Agosto, desembarcaram em Lisboa, juntou-se o Rogério Canísio acima mencionado, alemão deportado das aldeias do Ceará para Pernambuco e dali para a Baía. De nenhum crime foi acusado, salvo o ser estrangeiro; a pena, igual à dos outros: cárceres perpétuos!
Doc. 3
José Caeiro, S. J., História da Expulsão da Companhia de Jesus das Províncias Ultramarinas da Assistência de Portugal (Séc. XVIII), Vol. IV, traduzione dal latino secondo il manoscritto del Archivio della Provincia Portoghese della Compagnia di Gesù pp. 41-42.
Summary: In Brazil, the viceroy promulgated the law of expulsion of the Jesuits. The seminarians were told to leave the house. The Jesuits were taken by soldiers to Baia. The soldiers treated the Jesuits well.
Logo que os jesuítas ficaram encarcerados na Casa de Provação, desembarcou o novo Vice-Rei, e nesse mesmo dia, 9 de Janeiro [1760], tomou posse do cargo e mandou promulgar a lei de expulsão dos jesuítas. Levou-a a cabo, ao som dos sinos e das trombetas, com o incrível luto de toda a cidade. Sei que bastantes cidadãos a abandonaram e se retiraram para o campo, tanto por sentimento pela desgraça dos jesuítas, como pelo receio de que também eles, segundo supunham, fossem abrangidos por algum castigo do céu.
Pouco depois abriram-se as portas da Igreja do Colégio, fechada logo após a expulsão dos jesuítas, e entrou nela uma onda de povo; prostrados de joelhos ante a estátua de Sto. Inácio, pediram-lhe pela incolumidade dos jesuítas; e havia mesmo quem se lamuriasse de que o santo deixasse assim abandonados os seus filhos, oprimidos com tantos calúnias, e não acudisse em sua defesa.
Naquele tempo em que o Marquês do Lavradio principiou a governar, vários desembargadores, a quem estava confiada a expulsão dos jesuítas de fora da cidade, procuravam escusar-se, pretextando várias causas; todas, porém, propositadamente, para se livrarem daquela obra iníqua. Passamos a referir o que de facto fizeram.
O Desembargador régio Francisco Figueiredo Vaz, nada afecto aos jesuítas, apressou-se a cumprir as ordens recebidas. No dia 28 de Dezembro, dirigiu-se ao Seminário de Belém (da Cachoeira), colocou sentinelas à volta da casa e com modos pouco corteses e muito desabridos, pôs fora os seminaristas. Aos jesuítas presos, contava-os duas vezes por dia. Até as relíquias dos santos arrolou. Aos jesuítas, fê-los jurar que não ocultariam nenhuns dinheiros públicos ou privados. Depois de os ter atormentado cruelmente durante trinta dias, mandou-os presos para a Baía, escoltados por soldados. Eram ao todo 11: Francisco do Lago, Reitor, Vitoriano da Cunha, João Barbosa, Inácio dos Passos, Félix Viana, José Carnoto, Francisco Marinho, sacerdotes; Francisco Bolcão e António Franco, escolásticos; e Manuel Lopes e António de Azevedo, irmãos coadjutores.
Pedro Henriques da Silva, Desembargador da Baía, tratou os jesuítas com toda a cortesia e bondade possíveis no Colégio de Porto Seguro. Colocou duas sentinelas às portas da igreja e outras duas na portaria da casa; as outras entradas ficaram livres. Permitiu-lhes mesmo que fossem dormir fora, porque tinha a certeza, como dizia, de que regressariam a casa, pois na Baía vira-os voltar espontaneamente para o Colégio já cercado. Os jesuítas ainda tinham o cuidado das aldeias circunvizinhas, já que até então não se tinham encontrado sacerdotes que os substituíssem. Chamados por cartas do Desembargador, apresentaram-se imediatamente e entregues, como os outros, à guarda dos soldados, foram depois metidos numa embarcação bastante grande que os levou até à Baía. Eram 4 sacerdotes: António de Andrade, Superior, José Anchieta, Gaspar Ferreira, Francisco de Pugas; 2 escolásticos: Nicolau dos Santos e João Rodrigues; e o irmão coadjutor: José Pereira.
Os soldados, interpretando a vontade do Desembargador, trataram os religiosos com suma reverência e caridade; os cidadãos presenciaram a saída, chorando publicamente.
Doc. 4
José Caeiro, S. J., História da Expulsão da Companhia de Jesus das Províncias Ultramarinas da Assistência de Portugal (Séc. XVIII), Vol. IV, traduzione dal latino secondo il manoscritto del Archivio della Provincia Portoghese della Compagnia di Gesù , pp. 51-53.
Summary: The Jesuits left the College of Baia, in Brazil, and boarded the ships to Lisbon. There were 122 Jesuits. They could carry only one small bag. The rest of their goods had been auctioned. The difficulties they suffered onboard are vividly recounted.
No dia 19 de Abril [1760], depois de terem comungado, disseram adeus àquela casa, ilustrada com os exemplos de grandes virtudes, e, entre soldados armados, desceram para a praia. Aí, entraram em pequenos botes que, sob a direcção dos desembargadores Ciríaco e Sebastião Francisco Manuel, tomaram o rumo das naus. Eram ao todo 122 jesuítas. 83 dirigiram-se para a nau capitânia. […] Os restantes, que eram 39, embarcaram na outra nau que era mais pequena. […] Foi-lhes permitido levar a roupa branca que coubesse num saco pequeno. Tudo o mais ficou no Colégio e foi vendido em hasta pública na portaria. Lançaram-nos para os porões das duas naus e fecharam-lhes as portas, pondo sentinelas à entrada. Dentro, tudo era escuridão; o aperto e o calor eram quase intoleráveis. O jantar constava de legumes e não em abundância, e a ceia, que constava de um pedaço de carne salgada e água, não era mais abundante.
A 21 de Abril teve início a navegação. António Brito Ferreira, capitão da nau capitânia, nada fez de que os jesuítas se pudessem queixar. Todos os dias mandava alguma pessoa especialmente escolhida a saudar o Provincial e os outros jesuítas, e com ordem de lhes perguntar se necessitavam de alguma coisa. Os jesuítas, porém, ainda que maltratados, nunca se resolveram a queixar-se.
Vindo a saber, não sei por quem, que passavam sede, mandou-lhes dar água em abundância. E aos doentes tratou-os sempre com benignidade e liberalidade.
O comandante da outra nau, Bernardo de Oliveira, afora as ordens que penosamente tinha de executar, por si mesmo nada fez para aumentar a tortura dos jesuítas.
Em ambas as naus se lhes proibia que dissessem missa. Consentiu-se-lhes, porém, que assistissem a ela, celebrada por outros sacerdotes, e que comungassem quando lhes aprouvesse.
Durante a viagem sucedeu um caso que pareceu milagroso. Um grumete, ainda moço, caiu ao mar. Os companheiros, consternados ante o perigo que corria, recorreram a Sto. Inácio para que acudisse àquele pobre rapaz. Quando já o choravam por morto, avistaram-no ao longe no meio das ondas e, são e salvo, puderam recolhê-lo para a nau almirante. Isto serviu para que dali em diante os jesuítas fossem tratados menos duramente.
Foi também grande milagre o voo de gaivotas ao redor da nau, pois sabiam perfeitamente os mareantes que, por aquelas alturas, não havia nas proximidades nenhuma ilha em que aquelas pudessem poisar. A 13 de Junho, festa de Sto. António de Lisboa, entraram na barra do Tejo, e na noite seguinte os jesuítas foram transferidos para uma nau de Génova, onde já se encontravam os seus irmãos deportados do Rio de Janeiro; os restantes, vindos do Brasil, ficariam encerrados nos cárceres próximos das margens do Tejo.
Doc. 5
Lourenço Kaulen[1], Relação de algumas coisas que sucederam aos religiosos da Companhia de Jesus no Reino de Portugal, nas suas prisões, desterros, e cárceres, em que estiveram por tempo de 18 anos, isto é do ano de 1759 até 1777 no reinado de el-rei D. José I sendo o primeiro-ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, Biblioteca Nacional de Portugal, Manuscrito 7997, f. 3.
O intento desta Relação não é queixar-se dos instrumentos de que Deus se serviu para provar a paciência de tantos homens grandes, tanto na virtude quanto na ciência, e ainda na nobreza. Nem de infamar algum, de quem se relatam alguns excessos cometidos. Nem de canonizar aqueles dos quais se contam as suas virtudes mais que ordinárias. Mas só para que a posteridade saiba o que se tratou nestes cárceres, nos quais a inveja, o ódio, a maldade, e a tirânica vingança os tinham enterrado para nunca mais saírem daquela sepultura. Mas como Deus, que mortifica e vivifica, prova e não reprova os seus servos, não quis que a inocência fosse de todo oprimida, reduzindo os Padres das trevas á luz, dos cárceres à liberdade, e quase da morte à vida, sem dúvida quis que o mundo soubesse o que o inferno quis que se ocultasse. Verificando-se ainda nesta vida o que se lê no evangelho de S. Mateus cap. 10 Nihil est opertum quod non revelabitur, et occultum quod non scietur.
[1] Gesuita tedesco nato a Colonia nel 1716, morì dopo il 1797, probabilmente a Lisbona, senza riuscire a unirsi, come desiderava, ai gesuiti della Russia. Entrato nella Compagnia di Gesù nel 1738, fu inviato in Brasile nel 1750.
Doc. 6
Lourenço Kaulen ricorda con gratitudine il cappellano della fortezza di S. Julião da Barra dove sono stati incarcerati i gesuiti per ordine del primo ministro portoghese Pombal.
In: Lourenço Kaulen S.J., Relação de algumas coisas que sucederam aos religiosos da Companhia de Jesus no Reino de Portugal, nas suas prisões, desterros, e cárceres, em que estiveram por tempo de 18 anos, isto é do ano de 1759 até 1777 no reinado de el-rei D. José I sendo o primeiro-ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, Biblioteca Nacional de Portugal, Manuscrito 7997, f. 154-155.
O clérigo Cura da Fortaleza era óptimo velho, de suma caridade. Fosse de dia, fosse de noite, era sempre pronto, quando lhe davam licença de vir, e o chamavam. Era homem de virtude, e grande paciência, muito compassivo, e amigo de servir em que podia; sempre alegre nos trabalhos, que não os teve poucos nos últimos anos com os padres; vinha com gosto a dizer-lhes missa quando o comandante o permitia; e ainda muitas vezes tinha vindo de noite às escuras em tempo de ceia, quando as portas estavam abertas, para confessar alguns, que lhe mandavam pedir sem saber o comandante. Este é o primeiro que merecia ser premiado, pela boa vontade com que serviu aos padres dando-lhes os sacramentos e a sepultura por tantos anos.
Doc. 7
Rome, 15 December 1759. John Thorpe[2] to Jenison,, Archives of the British Province of the Society of Jesus, John Thorpe: Miscellaneous Letters, 1754-1792, fols. 21v-22r
Austin has since given you an account of the arrival of the 123 Portuguese at Civita Vecchia, one of whom is since dead. I sent a long relation which I had collected from the best authorities to Liège. 140 came to Genoa about a month ago, but not allowed to come on shore, nor at Leghorn where the ship now is unloading her merchandize. The poor passengers have suffered considerably and their sufferings daily increase, as the weather has been for a long time both cold and rainy, and the Captain will not allow any fire to be made on board under any pretext whatever. But Monsieur Botta has now sent express orders to the Captain of the vessel that if he can not immediately unload here, to procure another for the Portuguese Fathers to Civita Vecchia, but the wind has been contrary ever since. Those 120 that are already at the villa of the Roman College upon the Tusculum live very conveniently. Many persons of quality have gone to see them, all even their very enemies are charmed with their truly religious modesty and whole behaviour. Before they left Lisbon, every art was tried to make them abandon the Society. The same means are used to shake the constancy of those who have been since sent from thence. Some few have yielded to the importunities of acquaintances and relations, to long sufferings in prison, to promises of preferment. Many of the others have renewed their obligations to God by writing them in their own blood and sending them to those who were most earnest to pervert them. More are daily expected but how will the Jesuits find money to maintain them? Their economy has almost retrenched from necessaries in the Roman Province to assist their exiled Brethren. What other provinces will do is not yet known. The General has ordered for the whole Society an additional Mass once a week during the whole year [17]60 to be said every Saturday the Collect pro Familia seu Congregatione and a novena before the 25o Martio.
[2] Born in Halifax, Yorkshire, in 1726, John Thorpe studied at the English Jesuit college in St Omers (France) between 1741 and 1747. He's entered the English Province novitiate at Watten in 1747-1749, studied philosophy at the English College, Liège (1750-1751), and did his regency at St Omers (1752-1755). He arrived in Rome to study theology in November, 1756 and remained there after ordination initially on the staff of the English College and later as English language confessor at the College of the Penitentiaries at St. Peter’s. He died in Rome on 12 April 1792. He was a copious correspondent and kept his English colleagues informed of what was happening at Rome.
Doc. 8
Rome 13 December 1760. John Thorpe to Jenison , Archives of the British Province of the Society of Jesus, John Thorpe: Miscellaneous Letters, 1754-1792, fol. 23r
Rome was perhaps never so stacked with Jesuits as at present. There are near 600 of them within the walls from almost every nation under the sun and, though persecuted almost all the world over, their pulpits, schools etc. are as much frequented and with as much credit as ever. The new guests from the Brasils and Islands give great edification in all places. Their two numerous houses want for nothing. Their schollars have their weekly villa, and their business within doors goes on with the greatest regularity. Ten or twelve of the Brasilians have died since their arrival, one in great opinion of sanctity, the others with a calmness and serenity which is astonishing.
Doc. 9
Rome 13 November 1763, Father General Lorenzo Ricci to the Whole Society.In: Sydney F. SMITH, S.J., The Suppression of the Society of Jesus, ed. Joseph A. Munitiz, S.J. [Leominster: Gracewing, 2004], p. 255. Let us try to defend the honor of the Society by the purity of our lives, by the holiness of our speech, by our unwearied zeal for the salvation of souls, and not by the tainted soundings of our own praises, nor by the evil-speaking contempt of others.
Doc. 10
Rome 21October 1767. John Thorpe to Edward Walsh, Archives of the British Province of the Society of Jesus, John Thorpe, Miscellaneous Letters, 1754-1792, fols. 326r-v.
The Spanish Exiles suffer much in Corsica. None of the American provinces are yet arrived. Nor is it known here what has yet been done in those countries or even where the Spanish Procurators are who are detained in Spain. Other Jesuits are expected from the dungeons of Lisbon, and I hope young Atkins may be amongst them. We have begun to melt down a considerable quantity of Church Plate for the maintenance of the Portuguese, but all will not suffice. Some other means must be taken. We wait with anxiety to see what will be.
