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1737 (22 de Dezembro)

 
Nasce em Saragoça, José Pignatelli y Moncayo, num palácio muito próximo da Basílica do Pilar que estava em construção

JOSÉ PIGNATELLI -O RESTAURADOR DA COMPANHIA DE JESUS

Seus pais, António Pignatelli, principe do Sacro Império e D. Francisca Moncayo Fernandez de Heredia y Blanes, pertenciam a famílias da grande nobreza italiana e espanhola.

Fica orfão de mãe aos 4 anos e de pai aos oito anos.

Conta com dois papas entre os seus antepassados (Paulo IV e Inocêncio XII).

Foi educado em Nápoles por sua irmã Maria Francisca, condessa de Acerra.

 1753 (5 de Maio)

Entra na Companhia de Jesus, no noviciado de Tarragona, na província de Aragão

 1749

Regressa a Espanha e estuda durante três anos no colégio dos Jesuítas da cidade de Saragoça.

Em Saragoza permaneceu de 1759 a 1767 dedicado ao ensino da gramática -entre os seus alunos parece que esteve o pintor Francisco de Goya, cuja precocidade artística deve ter captado-, à catequese com as crianças da ciudad, e aos ministérios espirituais com os enfermos do hospital e os detidos em cárceres.

Em 1766 (Março) ocorre o Motim de Esquilache, em Madrid - uma sublevação popular pela proibição do uso da capa comprida e sombrero largo sustituido por uma capa curta e sombrero de três bicos.

O movimento manifestava o descontentamento pela 'crise económica‘, pela fome que se passava e pelo 'afrancesamento'.

 

Os jesuítas foram acusados de terem instigado a rebelião. 

Frequentou um curso em Manresa (1755-1756) de aperfeiçoamento nas humanidades clássicas (estudadas antes no colégio de Saragoça), passou o triénio de filosofía em Calatayud (1756-1759), onde teve problemas com o reitor e o professor de filosofía, e o quadriénio de teología em Zaragoza (1759-1763), onde foi ordenado sacerdote em dezembro de 1762 (primeira missa cantada a 27 de dezembro de 1762).

 1767 (11 de Março)

Em Madrid, os jesuítas Thomas de Lorrain e Bernardo Recio, partindo para a Congregação Provincial em Roma, receberam um pacote selado dizendo-lhes que era do núncio. Foi-lhes pedido para o entregarem a alguém em Roma. Continha uma carta forjada por Choiseul e Aranda, primeiros-ministros de França e Espanha, fazendo parecer que era da autoria do geral Ricci, alegando que Carlos III era rei ilegítimo.

Ambos os padres foram presos durante a sua jornada e reenviados para Madrid.

Os documentos forjados foram mostrados ao Rei, que tivera muita afeição à Companhia, e estiveram na origem do grande ódio que passou a ter aos jesuítas.

 

 1767 (27 de Julho)

Pignatelli desembarca com os companheiros na ilha da Córsega, de onde serão expulsos mais tarde por Luís XV, após este ter ocupado a ilha que estava até aí sob administração genovesa.

 1767 (2 de Abril)

 Expulsão dos Jesuítas de Espanha, através da “Pragmatica Sancion de Sua Magestad en fuerza de Ley para el estranamiento de estos Reynos de los Regulares de la Compania...”. Nela Carlos III justifica que o faz por razões que prefere guardar “en su real pecho”.



 

 

O irmão mais velho, Joaquín Pignatelli, conde de Fuentes e embaixador do rei Carlos III, escreve aos seus dois irmãos jesuitas animando-os a sair da Compañía e prometendo-lhes ajuda se o fizessem.

A resposta de José será clara: ”Te ruego que no hagas diligencia alguna en Roma para conseguirme la facultad de pasar a otra orden; porque no lo haré jamás, aunque tuviese que perder mil veces la vida.”

                                                           (8 julho 1767)

 1773 (21 de Julho)

O papa Clemente XIV publicou o “Dominus ac Redemptor”, um breve apostólico suprimindo a Companhia de Jesus.

 1775 (15 de Fevereiro)

O Cardeal Braschi foi eleito papa Pio VI. Antigo aluno dos jesuítas, tinha o desejo de libertar o padre geral Ricci e os seus assistentes da prisão do Castelo de Sant’ Ângelo, mas Carlos III de Espanha insiste na sua detenção.

 1782 (25 de Junho)

Os Jesuítas na Russia Branca foram autorizados pela Imperatriz para elegerem um superior geral. Escolheram o lituano, Stanislaus Czerniewicz, que tomou o título de vigário geral, com os poderes de geral. Sucederam-lhe até à restauração da Companhia mais três superiores gerais (que não são considerados Padres Gerais) o lituano-polaco Gabriel Lenkiewicz, o bielorusso Franciszek Kareu e o austriaco Gabriel Gruber.

 

Estas imagens mostram uma carta autógrafa de José Pignatelli, que se conserva no Archivo do Colegio do Salvador, de Zaragoza.

Da sua pequena e pobre casa de Roma, quando já se aproximava o seu tempo de ser o Prepósito Provincial dos jesuitas suprimidos desde 1773 e que se encontravam, dispersos e exilados, recompondo a Provincia de Italia, o santo informa um personagem importante (que pode ser um “ex jesuita” que tinha sido co-noviço de José Pignatelli) sobre a sua situação pessoal e sobre a de alguns dos seus companheiros religiosos.

«Colorno, 1 Septembris 1801. Amado amigo.

Por el [correo] de España recibí anteayer la de nuestro Don Domingo Esparza, y hoy, por el [correo] ordinario, la de Usted del 22 [de agosto] en que de ella me avisa. Incluyo a Usted la respuesta que podrá remitirle. Nada me habla de venirse por acá, todo va sobre otra dependencia. Fue mi connovicio, y conservándose cual Usted me dice y con tales deseos, le hubiera podido proponer para el Convicto del Borgo San Domnino, a donde vendrá de ahí un Barranca que Usted conocerá. Aquí está mi casucha; es tal que no presta un recobijo; a no ser tal, acogiera con mil amores los hermanos que lo desearen. Demos tiempo al tiempo y dejemos obrar a quien todo lo manda y todo lo puede. Entretanto celebro que va allá Usted, ahí, tan bien situado, y vuestra Doña Jacinta tan guapa. Dios la conserve: dígala [sic] Usted mis obsequios y respetos, como a Don Clemente y Leónidas. De nuevo no supiera a Usted qué decirle, que ando en una semi-Tebaida, y no me pesa. 4 sacerdotes, 2 entre ellos de esta Casa, emprendieron via de Prozano [sic] a Polowk [sic], donde los quiso aviar mi Viejo. Encomiéndelos Usted al Señor sin olvidarme a mí y Compañeros. No hay lugar a más. Tuus. J. Pignatelli.»

 

Em novembro de 1799, Pignatelli passa a ser mestre de noviços, encarregado de acolher e formar aos novos jesuitas, na cidade de Colorno.

A Companhia não tinha sido reconhecida oficialmente, mas começava a ser permitida nalguns locais.  

 1800 (14 de Março)

Em Veneza, é eleito,o papa Pio VII (Cardeal Barnaba Chiaramonti), beneditino, que em 1814 restaurou a Companhia em todo o mundo.

 

 1802 (28 de Dezembro)

 O Papa Pio VII autoriza o Padre Geral Gabriel Gruber a incorporar jesuítas ingleses na Companhia de Jesus na Rússia.

 

 1801 (7 de Março)

 Pio VII no seu breve Catholicae Fidei confirmou Franciszek Kareu como Superior Geral dos Jesuítas na Rússia. Chega a escrever-lhe tratando Kareu como "Geral da Companhia de Jesus”.

 

 1811 (15 de Noembro)

Morre em Roma, José Pignatelli. É considerado o elemento chave da passagem da Antiga à Companhia Restaurada, pelo muito que trabalhou para a sua restauração (que não chegou a ver).

Foi sepultado na Chieda del Gesù, num funeral quase secreto. É canonizado em 1954. 

JUBILEU 2014

200 Anos da Restauração da Companhia de Jesus

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